A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH) vem a público mostrar sua indignação com a aprovação da Reforma Trabalhista (PL 38/17) no Senado Federal, que agora segue para sanção do presidente Michel Temer. Um projeto de lei irresponsável e que acaba com os direitos da classe trabalhadora, conquistados após anos de lutas de movimentos sociais e sindicais. É inaceitável que se tome medidas contra a população de forma intransigente e sem nenhum diálogo, comportamento esse que se tornou praxe em nosso atual Congresso e na Presidência da República.
Mesmo com a resistência de parlamentares que apoiam os trabalhadores e as trabalhadoras do País, como o combatente senador Paulo Paim (PT-RS), as forças do atraso e que defendem apenas os interesses de empresários que prezam pela política do “quanto pior, melhor” conseguiram rasgar a CLT e colocar na conta da população a crise institucional e moral em que vivemos, causada pela falta de capacidade de governantes corruptos e irresponsáveis que comandam o Brasil.
A Reforma Trabalhista é uma aberração constitucional que viola até mesmo convenções internacionais de trabalho e, como podemos ver na questão do trabalhador rural (que deverá pagar pela própria moradia e alimentação, se tornando refém dos donos das terras), dá margem para condições análogas à escravidão. Há uma clara tentativa de precarização dos direitos trabalhistas no Brasil e de acabar com o movimento sindical, que sempre foi uma trincheira na proteção dos direitos do trabalhador.
É lamentável a mentalidade da classe patronal brasileira em achar que reduzindo direitos trabalhistas terá mais lucros, num pensamento imediatista e de curto prazo. Várias pesquisas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que investir em valorização profissional e num ambiente mais saudável tornam o trabalhador mais produtivo — fortalecendo as empresas, aumentando a competitividade e qualificando o produto final. Transformar o ser humano numa máquina de produção está na contramão das evoluções sociais, nos fazendo regredir e voltar aos métodos da Revolução Industrial, no século XVIII.
Mas a CONTRATUH continuará lutando pelos interesses da classe trabalhadora e se empenhará para que a integridade do ser humano prevaleça sobre quaisquer circunstâncias. A hora é de união dos movimentos sociais e sindicais e de toda a nação brasileira para rejeitar esse tipo de reforma degradante. Somente juntos somos fortes.
Brasília, 12 de julho de 2017
Moacyr Roberto Tesch Auersvald – Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH)
Estes foram os 50 senadores que votaram contra o povo brasileiro e aprovaram a Reforma Trabalhista:
Aécio Neves (PSDB-MG) – Airton Sandoval (PMDB-SP) – Ana Amélia (PP-RS) – Antonio Anastasia (PSDB-MG) – Armando Monteiro (PTB-PE) – Ataídes Oliveira (PSDB-TO) – Benedito de Lira (PP-AL) – Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) – Cidinho Santos (PR-MT) – Ciro Nogueira (PP-PI) – Cristovam Buarque (PPS-DF) – Dalirio Beber (PSDB-SC) – Dário Berger (PMDB-SC) – Davi Alcolumbre (DEM-AP) – Edison Lobão (PMDB-MA) – Eduardo Lopes (PRB-RJ) – Elmano Férrer (PMDB-PI) – Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) – Flexa Ribeiro (PSDB-PA) – Garibaldi Alves (PMDB-RN) – Gladson Cameli (PP-AC) – Ivo Cassol (PP-RO) – Jader Barbalho (PMDB-PA) – João Alberto Souza (PMDB-MA) – José Agripino Maia (DEM-RN) – José Maranhão (PMDB-PB) – José Medeiros (PSD-MT) – José Serra (PSDB-SP) – Lasier Martins (PSD-RS) – Magno Malta (PR-ES) – Marta Suplicy (PMDB-SP) – Omar Aziz (PSD-AM) – Paulo Bauer (PSDB-SC) – Pedro Chaves (PSC-MS) – Raimundo Lira (PMDB-PB) – Ricardo Ferraço (PSDB-ES) – Roberto Muniz (PP-BA) – Roberto Rocha (PSB-MA) – Romero Jucá (PMDB-RR) – Ronaldo Caiado (DEM-GO) – Rose de Freitas (PMDB-ES) – Sérgio Petecão (PSD-AC) – Simone Tebet (PMDB-MS) – Tasso Jereissati (PSDB-CE) – Valdir Raupp (PMDB-RO) – Vicentinho Alves (PR-TO) – Waldemir Moka (PMDB-MS) – Wellington Fagundes (PR-MT) – Wilder Morais (PP-GO) – Zeze Perrella (PMDB-MG)